Independência do Brasil Comemorada em Belmonte

Será talvez o caso inédito de um País colonizador, comemorar a independência do colonizado, mas a independência do Brasil, foi em tudo sui generis e assim aconteceu em Belmonte na passada segunda-feira dia 7 de setembro, para celebrar o dia da Independência do Brasil

A iniciativa foi da Casa do Brasil – Terras de Cabral, cuja direcção é presidida por João Morgado, o qual defendeu que a data não quebrou o elo entre os dois povos e o embaixador do Brasil, Simas Magalhães recordou o que já se construiu juntos. 

Esta recém-criada associação tem sede em Belmonte e reuniu neste dia os seus corpos sociais e alguns convidados, num jantar que decorreu na Pousada do Convento de Belmonte. Na mesma tarde decorreu no Auditório do Museu Judaico de Belmonte um colóquio sobre a figura de Pedro Alvares Cabral, assinalando os 500 anos da sua morte e os 520 anos Descoberta do Brasil, que reuniu historiadores e especialistas dedicados ao estudo sobre o navegador português.

Na mesma ocasião o historiador José Manuel Garcia, apresentou o seu livro “Pedro Álvares Cabral – a primeira viagem aos quatro cantos do mundo”. Houve espaço ainda para intervenções via Internet, do outro lado do Atlântico, como as do deputado estadual pelo estado de São Paulo, Óscar Castello Branco, do presidente da presidente da Câmara de Vereadores de Nova Friburgo, Alexandre Cruz, e do embaixador do Brasil em Portugal, Simas Magalhães. 

“Interação sociocultural entre Brasil e Portugal”

Para João Morgado, presidente da Casa do Brasil, o trabalho central dessa nova associação é promover a conexão entre brasileiros e portugueses, reforçar a interação sociocultural entre Brasil e Portugal e promover a região em torno de Belmonte, berço de Pedro Álvares Cabral, homem que oficializou as terras do Brasil para o reino de Portugal. “Esta não é uma associação de brasileiros para brasileiros, a falar num circuito fechado”, declarou João Morgado, “Os portugueses não são os ‘outros’. Pelo contrário, portugueses e brasileiros, somos ‘nós’ e isso faz a diferença. Falamos em conjunto e tentaremos enfrentar problemas juntos, e encontrar soluções juntos. Creio que este deve ser um pilar básico na Casa do Brasil”, defendeu o presidente da associação, justificando que a data da independência do Brasil não fere o espírito de ligação entre os dois países.

“Curioso como portugueses e brasileiros se encontram no dia 7 de setembro, que assinala o Dia da Independência do Brasil em relação a Portugal. Esta data poderia ser uma ferida aberta na história, um trauma entre dois povos, contudo, a singeleza deste nosso encontro vem demonstrar que a independência política não quebrou o elo dos dois povos que hoje estão mais unidos que nunca. Na verdade, não há documentação oficial nenhuma que tenha tratado o Brasil como uma colónia de Portugal. O Brasil nunca foi uma colónia. Era o mesmo Reino, o mesmo País, a mesma Nação. Entendo assim que a  Independência foi antes mais uma Emancipação – Um filho maior que seguiu o seu próprio caminho. Teremos tido as nossas desavenças, teremos mais no futuro, mas sempre nos reconheceremos como família”, salientou João Morgado.

jhs

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