Madeiro de Malpique causa controvérsia

Após o Centro Cultural e Recreativo da pequena aldeia de Malpique ter ganho, no ano passado, o concurso para “O Melhor Madeiro”, atribuído peal Câmara Municipal de Belmonte. O entusiasmo deste ano ainda tem sido ainda maior e como no conceito quase geral “qualidade é tamanho”, logo no mês de maio se começou a recolher lenha e a acumular no recinto, juntando-se à que tinha sobrado do ano anterior. Os promotores “parafraseando Penamacor”, até já designavam Malpique como “a Aldeia Madeiro”…

Recebemos do Sr. António Birra, uma carta que, segundo diz, foi enviada a todas as associações e o.c.s., a qual, no principio de liberdade de expressão, aqui se transcreve:

“Chegou ao meu conhecimento informações que um madeiro do nosso concelho não cumpre com a quasi totalidade do curto regulamento para o concurso dos madeiros do concelho de Belmonte.

Depois de ir recolher ao local informações visuais e orais de alguns residentes e analisadas essas informações, chego eu e chega qualquer pessoa com bom senso à conclusão que, o madeiro do C. C. R. de Malpique e digo bem do C. C. R. de Malpique, está irregular ao abrigo do regulamento na quasi totalidade dos seus pontos.

O qual, após análise, nem deveria ter concorrido pelos mesmos pontos em 2022.

1. O ponto 4 do regulamento é claro, o madeiro tem que estar colocado junto ao átrio da Igreja ou Capela da localidade.

E só no caso de não haver capela ou Igreja, noutro local central/público da localidade, como acontece por exemplo na Estação de Belmonte.

2. Pelas provas que recolhi, em Malpique o madeiro sempre foi elaborado nas últimas 3 semanas antes do Natal e sempre foi colocado no largo do comércio da malograda Sra Cariano, que fica do lado de baixo da Capela ou no largo logo acima da Capela, junto da Escola primária . Ao seja o local público mais perto da Capela.

3. A realização de um madeiro em instalações privadas de uma associação, com possibilidade de recolha e armazenamento de sobrantes ao longo do ano é uma concorrência desleal em relação às outras associações que colocam e realizam os seus madeiros em praças públicas, o que não permite ocupar a via pública durante 7 meses como acontece com esta associação (começaram a acumular sobrantes para elaboração do madeiro desde Maio de 2023 como está visível nas redes sociais)

4. Isto é um madeiro privado em instalações privadas para usufruto privado. A obsessão pela elaboração do madeiro tem por único propósito de vencer um prémio monetário e não do espírito de convívio dos madeiros.

Portanto, no seguimento destes pontos todos que volto a resumir:

-Não cumprimento dos regulamentos na localização histórica (capela de Malpique) do madeiro

-Elaboração do madeiro em espaço privado e não público, anticipado, em clara concorrência desleal para as associações e outras localidades que cumprem os regulamentos

A Câmara Municipal de Belmonte, na qual está incluído o gabinete da cultura, no propósito da conservação da essência da realização dos madeiros, de convívio e fraternidade e no cumprimento dos regulamentos do concurso, só pode chegar à conclusão, da desclassificação à partida do Madeiro do C. C. R. de Malpique, digo bem do C. C. R de Malpique, visto este não ser o madeiro de Malpique.

E que volto a repetir, o qual também deveria ter acontecido no ano passado e que este ano não deverá acontecer.

Ao não considerarem a desqualificação, será considerado como um incentivo para que outras associações e localidades façam o mesmo, fazendo com que se perca o espírito e a tradição secular das realizações dos madeiros, fazendo prevalecer a impunidade, a ilegalidade e o vale tudo.

Qualquer dia teremos madeiros espalhados pelos terrenos de particulares e não à porta da nossas Igrejas como sempre aconteceu.

Nota: mais se informa que será enviado cópia deste email  informativo, à comunicação social local, bem como às associações que habitualmente participam no concurso dos madeiros.”

António Birra

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