Sortelha em Festa pelo Beijo Sem Fim

Conta a lenda que, no tempo em que Portugal lutava pela reconquista das Beiras aos mouros, a filha do alcaide de Sortelha ter-se-á apaixonado pelo príncipe mouro. Trocaram mensagens e presentes, até que um dia combinaram encontrar-se. Mas a mãe da donzela, sempre vigilante, decidiu segui-la. Praticante de bruxarias, assim que os dois se beijaram, amaldiçoou-os, transformando-os em pedra. Surgiram, assim, os curiosos penedos de Sortelha, que até hoje são conhecidos como as Pedras do Beijo Eterno.

Foi assim que o Município do Sabugal, dando continuidade ao programa das Aldeias Históricas de Portugal, preparou para o dia 17 de outubro, sábado, a vez da Aldeia Histórica de Sortelha receber o Ciclo “12 em Rede | Aldeias em Festa” 2020. Um dia completo de atividades e surpresas para alguns habitantes do concelho, mas sobretudo para os visitantes, que mais uma vez esgotaram a capacidade de acolhimento neste programa das Aldeias Históricas, condicionado pelas restrições do plano de contingência nestas actividades.  

O mote foi dado pela mítica lenda do Beijo sem Fim e o programa contou com:

Visita guiada ao património geológico e geomorfológico da aldeia: “O Que as Pedras nos Contam” Animada por Victor Clamote geógrafo, residente no concelho do Sabugal, num circuito grande beleza paisagística e interesse histórico.


Na parte da tarde o programa prosseguiu com um  Workshop e passeio fotográfico pelo perímetro muralhado da Aldeia e envolvente natural, animado pelo fotografo Rui Gaiola.


Às 16h sob o tema “Estendidos nos barrocos como lagartixos ao sol” teve lugar um Piquenique, através de kits de lanche distribuídos pelos casais ou grupos inscritos.


As 17h30  subiu ao palco o grupo “Segue-me à capela”, para um soberbo concerto de cantares tradicionais: Segue-me à Capela é um coletivo de sete mulheres que trabalha a música tradicional portuguesa numa perspetiva contemporânea, usando a voz como principal instrumento. A percussão e alguns elementos cénicos reforçam os climas gerados a partir do canto.

A festa culminou com uma “Roda de Histórias: “Estas Pedras que Eu sei de Cor”, às 19h30m, tendo como mediador João Reis, natural e residente na aldeia de Quarta-Feira, anexa de Sortelha.

O evento foi promovido pela Associação de Desenvolvimento Turístico Aldeias Históricas de Portugal, numa organização do Município do Sabugal, Junta de Freguesia de Sortelha, Associações e Agentes económicos locais. Uma iniciativa que é apoiada pelo Centro 2020, Portugal 2020 e Fundo Europeu de Desenvolvimento Regional, através do Programa de Valorização Económica de Recursos Endógenos (PROVERE).

O Ciclo “12 em rede | Aldeias em Festa 2020” só termina em novembro! Depois de Sortelha, a festa segue para Castelo Novo, a 24 de outubro; Idanha-a-Velha, a 31 de outubro; e Monsanto, a 7 de novembro.

Para os mais curiosos fica a versão completa da Lenda do Beijo sem Fim, de Sortelha

Conta a lenda que, no tempo em que Portugal lutava pela reconquista das Beiras aos mouros, vivia no Castelo de Sortelha um alcaide cristão casado com uma dama que se supunha praticante de bruxarias. O casal tinha uma filha, cuja formosura era conhecida em toda a região. Apesar de não lhe faltarem pretendentes, estava prometida em casamento a outro alcaide da zona.

Entretanto, o Castelo é cercado pelos mouros, e Sortelha vive tempos difíceis. É então que a jovem donzela conhece o príncipe mouro, e se enamora dele. Também o cavaleiro, que entre as voltas do cerco já admirava a donzela, há muito que se tinha apaixonado por ela. Em segredo, começam a trocar mensagens e presentes, conseguindo assim serenar a paixão que sentiam.

Mas a mãe da donzela, sempre atenta, vigiava a filha… Soube que, certa noite, os apaixonados iam encontrar-se pela primeira vez, junto à porta da muralha. Nessa noite, decide segui-la: e é então que a encontra, junto do amado, beijando-se. A bruxa (ou fada) ergue então o braço sobre o casal, e este desaparece, deixando no seu lugar os dois penedos.

Devido ao desaparecimento do príncipe, os mouros acabam por abandonar o cerco. O alcaide, desgostoso pela perda da filha, decide fundar uma nova povoação junto ao fundo do vale. Desta estória restam apenas os dois penedos, a que chama ainda o povo, as Rochas do Beijo Eterno…

Esta é apenas uma das mais curiosas e apaixonantes lendas que se contam em Sortelha, um lugar sem igual. A partir do momento em que cruzamos a Porta do Castelo, entramos no largo central e descobrimos a Casa da Câmara e o Pelourinho, a Casa Número 1 e avistamos o Castelo, percebemos que o tempo não passou por aqui.
Fonte: http://www.aldeiashistoricasdeportugalblog.pt/2018/05/03/post-em-aldeia-historica-sortelha-featured-no-slider-da-homepage/

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