No mês de maio celebra-se o mês do coração. E não existe um coração saudável sem exercício físico regular nem uma alimentação adequada.
O aumento da esperança da vida, da longevidade, mediante um envelhecimento activo e saudável, depende em grande parte da adopção de estilos de vida saudáveis, ao longo da vida, bem como da correcção de factores de risco que podem ser modificáveis. As actividades e práticas de saúde, com maior expressão neste mês, desenvolvidas em todo o país, pelos municípios, instituições de saúde, organizações da comunidade, motivando a participação dos cidadãos, têm por objectivo alertar para os problemas da saúde em geral, sobretudo os do coração.
O coração e os vasos sanguíneos são ameaçados por factores de risco que estão na origem de muitas das doenças que os afectam. Os fatores de risco para doenças cardiovasculares são elementos que aumentam a probabilidade de desenvolver problemas no coração e nos vasos sanguíneos.
Uns são modificáveis, outros não. A idade e o género (masculino ou feminino), história pessoal e familiar de doença cardiovascular, não são passíveis de intervenção e serem modificados.
Eis aqueles que, numa perspectiva de prevenção podemos intervir e corrigir: incluem o tabaco, consumo excessivo de álcool, inactividade física, hipertensão, stress, diabetes, obesidade, dislipidémia (alteração dos lípidos, vulgarmente colesterol e triglicéridos).
Perante estes não podemos ficar indiferentes ao real perigo que apresentam no aparecimento de doenças cardiovasculares que ameaçam a qualidade de vida e suscitam redução de anos a viver, ceifando-os mais cedo, para além do impacto social e económico para o país, com elevados custos em cuidados de saúde.
É de realçar que estes fatores interagem e potenciam-se, tendo a sua associação um efeito sinérgico, aumentando de forma considerável a possibilidade de surgimento de doença cardiovascular.
Ignorar esta ameaça é nada fazer para modificar estes factores de risco, porque eles são passíveis de corrigir com intervenções adequadas e eficazes. Basta ter uma postura responsável na prevenção e combate à sua incidência, agora que os conhecemos.
É uma questão de cidadania e ser participativo, com concentração máxima na defesa da saúde, na de cada um e dos outros.
Entre os portugueses sabe-se que a hipertensão arterial é o principal fator de risco cardiovascular. Cerca de 42% dos adultos portugueses são hipertensos, mesmo que os próprios não o saibam.
Trata-se de uma doença silenciosa, quase nunca dá sinais ou sintomas. Muitas das vezes manifesta-se por um acidente vascular cerebral com final trágico.
É importante um seguimento regular no médico de família, de forma a ser feita uma avaliação do risco cardiovascular global, tendo em consideração a presença concomitante destas condições, e estabelecido um plano de intervenções individualizado que favoreça o controlo e tratamento de todos os fatores de risco modificáveis.
Para prevenir a doença cardiovascular, teremos que ter um movimento social e político, para além, muito para além da arte médica exclusiva.