Pedro Silveira
Professor de 1º Ciclo
Peraboa
As primeiras eleições para o poder local aconteceram em 1976. Foi uma grande euforia à volta da construção de um projeto político democrático de proximidade. Milhares de pessoas participaram no ato eleitoral. Todos os partidos da nova democracia concorreram. Uns mais à esquerda outras ao centro e à direita. Considero e tenho a certeza de que o Poder local é a verdadeira escola da democracia, e para ela já contribuíram centenas de presidentes, vereadores, tesoureiros, secretários, por aí fora. Atualmente, apesar de alguns incentivos, preocupa-me a falta de atração por parte dos jovens na política local. Parece-me que existe um retrocesso no que diz respeito à nossa participação. Após os 25 de Abril, as nossas vilas e aldeias ainda estavam cheias de gente. Os desafios impunham-se, vejamos alguns: não havia saneamento básico, infraestruturas e serviços básicos de apoio às populações. Ainda recentemente passamos por um momento bastante conturbador em que colocamos à prova a importância do Poder Local, se não fosse ele, como seria a resposta dada às nossas populações na pandemia? O Poder Local esteve na linha da frente. Confesso que sinto uma certa paixão pelo trabalho que as autarquias desenvolvem nas suas freguesias e concelhos. Dois anos após as eleições autárquicas (como o tempo passa!), vale a pena fazer um balanço sobre a capacidade mobilizadora das freguesias, permitam-me destacar a Junta de Freguesia de Caria, o seu Presidente Silvério, que trouxe um novo respirar à Vila, sem menosprezo pelos seus antecessores. Apesar das incongruências da República, ainda não conseguimos encontrar outro modelo político mais justo. Participei no I Fórum realizado por este jornal, aquando o seu terceiro aniversário, tendo sido um enorme sucesso. Escutei atentamente os anseios e os projetos da Junta de Freguesia para Caria. Acompanho as iniciativas da vizinha freguesia e é com enorme felicidade que “olho” para Caria com a lente bem focada no futuro. Há um projeto para o turismo de Caria, há uma radiografia essencial, que já está bem definida pela Junta de Freguesia. O Engenheiro Silvério e o seu Executivo trouxeram algo essencial para a sua Vila: participação e sentido de comunidade. É essa a essência do Poder Local que está junto do seu eleitorado e das suas instituições. Gosto de ver o trabalho e a entrega da Junta, que consegue mobilizar as forças vivas da terra e das suas anexas, Monte do Bispo e Malpique. Há uma nova esperança para uma freguesia, que passa pela promoção da sua identidade, do seu património, da sua história. Caria está a dois passos da estação de comboios, outros tantos da A23. Nunca vi Caria tão motivada para tentar erguer os seus projetos. Há um povo motivado, falo do sucesso da Festa de Santa Bebiana. Não falta potencial à nossa Vila de Caria. Hoje assisto a uma mudança de mentalidades, há um novo rumo, que reside na esperança. Sou crente. Como diz Fernando Pessoa: “É a hora.”
Parabéns Carienses. Parabéns a todos os elementos da Junta.
Força! Bom trabalho.