O papel das coletividades no desenvolvimento local

A Câmara Municipal de Belmonte. aprovou recentemente um novo regulamento de apoio às coletividades. São poucos os elogios e abundam as criticas, muitas vezes que não são sequer colocadas nos espaços de debate. Resolvemos dedicar um espaço ao assunto se os dirigentes associativos o quiserem utilizar. O primeiro que recebemos é do Presidente da direção das Associação dos Amigos das OLAS, que junto publicamos

Jorge Ferreira
Presidente da Direção
da Associação Liga dos Amigos das Olas

Segundo a Confederação Portuguesa das Coletividades de Cultura, Recreio e Desporto (2023), “todos juntos num grandioso Movimento Associativo, lutamos para construir uma sociedade mais justa, mais fraterna, mais solidária e inclusiva, lutamos para tornar o nosso sonho em realidade”. Uma coletividade, é uma co construção do ideal associativista, dia a dia, com confiança e determinação, na promoção local, através de iniciativas culturais, recreativas e desportivas, afirmando as tradições e a permanência das populações em regiões cada vez mais condenadas ao despovoamento. Valorizar o local, o ambiente, a qualidade de vida e a saúde pública.
Em dezembro de 2023, a Câmara Municipal de Belmonte aprovou o regulamento municipal de atribuição de subsídios e apoios às Associações do Município de Belmonte, sem fazer distinção da natureza das respetivas associações: IPSS – Instituição Particular de Solidariedade Social; Associações culturais e recreativas; Unidades Desportivas, o que representa algumas sinergias colaborativas entre todas ou que pode criar desequilíbrios em termos de fontes financeiras. Este regulamento abre uma porta e algumas janelas para um maior diálogo social entre as diferentes coletividades implementadas no concelho e que entre si possam criar redes e parcerias inteligentes que promovam um desenvolvimento local integrado a diferentes níveis: apoio social, turismo, desenvolvimento rural, cultura, desporto, animação, ambiente, saúde e atividades de economia social. Talvez seja importante criar um Fórum das coletividades de cultura e recreio no Concelho de Belmonte. Fica o desafio.
Hoje falamos de ecodesenvolvimento, associando desenvolvimento comercial, industrial e desenvolvimento ecológico, ambiental e pessoal, numa sociedade em transformação tanto organizacional como digital. Os processos de transição esperados devem ser de bottom-up inclusivos, participativos e multigeracionais e devem respeitar a diversidade social e cultural. O modelo ecológico, sustentado na perspetiva da interação entre o homem e o meio social, definindo um contínuo intercâmbio adaptativo do ciclo de vida. Ecodesenvolvimento integra os princípios básicos de uma nova visão do desenvolvimento: satisfação das necessidades básicas; solidariedade com as gerações futuras; participação da população envolvida; preservação dos recursos naturais e do meio ambiente em geral. Associa-se o paradigma da sustentabilidade Social, através da melhoria da qualidade de vida da população, equidade na distribuição de rendimentos e de diminuição das diferenças sociais, com a participação ativa dos cidadãos.
Espera-se desta nova política municipal um diálogo construtivo e edificador de um novo modelo social para o Concelho de Belmonte que tenha no centro as pessoas.

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