Segundo o Glossário do Desenvolvimento Territorial, o desenvolvimento territorial não visa ”apenas o crescimento económico das respetivas regiões, mas também a sua sustentabilidade do ponto de vista económico, social, ambiental e cultural … requerendo uma significativa coerência ao nível da conceção e concretização de políticas públicas”.
Pois bem, precisam-se de políticas públicas no interior!
Segundo “O que nos dizem os Censos sobre dinâmicas territoriais”, assiste-se a uma litoralização, uma maior concentração da população no litoral, por oposição às regiões do interior. Em Portugal residiam cerca de 112 indivíduos por km2, onde predomina o contraste entre as áreas predominantemente urbanas (453,7) e rurais (22). As sub-regiões da Beira Baixa e Beiras e Serra da Estrela registaram densidades populacionais inferiores à média nacional. Idanha-a-Nova e Penamacor registaram a menor densidade populacional (inferior a 10). Assiste-se a um envelhecimento acentuado da população. Em 2021, existiam 182 idosos por cada 100 jovens a nível nacional, no entanto, este valor é bem mais elevado nas sub-regiões da Beira Baixa (331) e Beiras e Serra da Estrela (338). Em Oleiros existiam 780 idosos por 100 jovens, o mais elevado a nível nacional.
Em 2021, existiam 177 habitantes por médico em Portugal. Nas sub-regiões da Beira Baixa e Beiras e Serra da Estrela o valor médio é superior à média nacional, mas a nível municipal registam-se disparidades muito significativas. No município de Celorico da Beira existiam 1100 habitantes por médico. Em Idanha-a-Nova, Penamacor e Oleiros existiam mais de 900 habitantes por médico. Dos 21 municípios desta sub-regiões, 43% têm mais de 500 habitantes por médico.
Sobre a população empregada, em 2021, cerca de 4,4 milhões de empregados residiam em Portugal, correspondendo a 42,8% da população residente. As sub-regiões da Beira Baixa e Beiras e Serra da Estrela, a população empregada representava 37,8% (o terceiro valor mais baixo a nível nacional).
Sobre a mobilidade, mais de metade da população residente empregada utilizava o automóvel ligeiro como principal meio de transporte para as deslocações casa-trabalho. Nas sub-regiões da Beira Baixa e Beiras e Serra da Estrela, o peso relativo deste meio de transporte situa-se nos 75% e 79%, respetivamente.
Pois bem, precisam-se de políticas públicas! Melhor, da sua conceção e da sua concretização!
Sandra Sofia Manso
Delegada Distrital do CDS
de Castelo Branco