
Médico
Natural e Residente em Caria
O Natal é o regresso das tradições. Uma delas é a celebração da Missa do Galo.
A tradição da Missa do Galo começou no século IV, provavelmente em Roma, e é associada ao nascimento de Jesus Cristo. Acredita-se que a primeira Missa do Galo tenha sido celebrada pelo Papa Telésforo, por volta do ano 200 d.C. numa caverna que seria o local de nascimento de Jesus em Belém, na actual Palestina.
A tradição espalhou-se por todo o mundo cristão, sendo celebrada à meia-noite do dia 24 para o dia 25 de Dezembro, em comemoração do nascimento de Jesus. O nome “Missa do Galo” deriva do fato de que, de acordo com a tradição, um galo cantou no momento em que Jesus nasceu.
Assim como o galo anuncia a chegada do amanhecer e o nascer do sol, a Missa do Galo anuncia o nascimento de Jesus Cristo.
Atualmente, a Missa do Galo é uma das principais celebrações da Igreja Católica e é um momento especial onde os fiéis se reúnem para celebrar o nascimento de Jesus e compartilhar esse importante momento da fé cristã.
A magia da Missa do Galo não está apenas na tradição religiosa, mas também na capacidade de unir corações, partilhar emoções, e ser ponto de encontro de amigos e famílias que acabaram de se reunir na Consoada de Natal. Enquanto a ceia representa a confraternização familiar e a partilha, a Missa do Galo oferece um momento espiritual e religioso, marcando o início do dia de Natal.
Ao participar na Missa do Galo após a ceia de Natal, as pessoas reforçam os valores cristãos e abraçam a celebração festiva à narrativa religiosa do nascimento de Jesus. Essa combinação de elementos culturais e espirituais contribui para uma experiência completa do Natal.
Para muitos, a Missa do Galo é uma tradição que os une uma vez por ano à Igreja, fruto de um conjunto de estímulos que despoleta diferentes sentimentos e que os leva a ter vontade de se envolver nas celebrações natalícias.
A tradição de beijar a imagem do Menino Jesus na Missa do Galo está relacionada à adoração dos Reis Magos.
De acordo com a tradição cristã, os três Reis Magos viajaram para adorar o recém-nascido Jesus em Belém, trazendo como presentes, ouro, incenso e mirra.
Ao beijar a imagem do Menino Jesus durante a Missa do Galo, os fiéis relembram esse momento de adoração dos Reis Magos em sinal de humildade e devoção ao Menino Jesus, reconhecendo-o como o Filho de Deus.
A relação entre a tradição do beijo à imagem do Menino Jesus e os Reis Magos também está ligada à crença de que, ao se aproximar dessa representação sagrada, os fiéis podem receber as bênçãos e proteção divina.
O madeiro de Natal tem um significado simbólico que remonta a tempos antigos. Na tradição cristã o madeiro pode remeter para a humildade e simplicidade do local onde Jesus teria nascido, uma manjedoura, local inóspito e frio.
O madeiro aceso tem o significado simbólico de conforto e aquecimento ao Menino Jesus e celebrar o seu nascimento.
É seguramente um símbolo de acolhimento e união, representando o calor do amor, da comunidade e da família. Ao redor do madeiro, as pessoas juntam-se para celebrar o Natal, compartilhando momentos de alegria, com cânticos alusivos ao Natal e troca de prendas.
É uma tradição alimentada com abraços, beijos e emoções do encontro entre amigos e famílias, que reflectem a saudade, valores de paz, amor e comunhão reforçados pela época natalícia.
Acredita-se que a tradição das filhós remonta à Idade Média, quando era comum os cristãos jejuarem durante a época do Advento, que antecede o Natal. Durante esse período de jejum, era proibido o consumo de alimentos ricos, como leite, ovos e açúcar.
Na noite de Natal, fazem parte da tradição gastronómica portuguesa e são um doce típico que simboliza o espírito festivo da ocasião.