
Três Povos
A informação de proximidade
um bem público indispensável
na valorização das comunidades.
Num mundo globalizado em que apenas contam as notícias dos grandes acontecimentos, o lugar da informação local e regional parece de dimensão menor, mas não é bem assim. O seu grande valor está na relação de proximidade, com aqueles a quem se dirige. Por isso, constitui um facto social da maior relevância nos meios onde tem expressão. Cada edição que se publica acrescenta sempre mais qualquer coisa.
Pelas suas próprias dinâmicas, as pequenas comunidades são produtoras de notícias que interessam a todos os que gostam de saber o que se passa na sua terra.
O jornal da terra, como é costume dizer-se, publica a informação útil que não se encontra em mais lado nenhum e que se gosta de ler para se estar a par do que vai ocorrendo. Sobretudo para as gerações mais velhas, que sempre apreciaram tomar conhecimento do que se passa à sua volta, a leitura do jornal significa dar continuidade a um percurso de vida de ligação à comunidade.
Cada edição da imprensa local e regional representa um compromisso com a região em que se insere, uma vez que se lhe reconhece que desempenha um papel de grande importância na informação da identidade desse espaço que procura servir com dedicação, através da promoção de tradições e hábitos, da reposição de memórias, da recordação de efemérides marcantes, ou de notícias do dia-a-dia.
O jornal pode ainda ser um impulsionador de causas locais, defensor dos anseios das populações, aglutinador de vontades para responder aos desafios que, a cada passo, vão surgindo.
Fica-lhe bem pois saber liderar a defesa de tudo o que seja em benefício das pessoas, pensando no seu bem-estar e numa vivência mais feliz.
A imprensa local e regional, porventura os mais frágeis de toda a imprensa, apesar de serem aqueles que estão mais próximos das pessoas e cobrirem a totalidade do país e não apenas as principais cidades do país. Sabemos que vivemos tempos muito difíceis, para a imprensa local e regional, mas a sua tenacidade para resistir às atuais dificuldades deve merecer a admiração de todos nós cidadãos.
Neste nosso interior já tão massacrado pelo despovoamento e abandono, não podemos deixar de continuar a apostar na imprensa local e regional como elemento da democratização da informação, elo de ligação entre aqueles que estão fora e as suas terras de origem, único meio de saber o que acontece localmente, porta privilegiada para o desenvolvimento económico, turístico e empresarial.
É informação de proximidade que deve permanecer como tal, não deixando de inovar, de responder aos desafios e de enfrentar todas as restrições e dificuldades que surgem. Não há democracia nem desenvolvimento local sem considerar a imprensa local e regional como base da imprescindível transparência das relações diárias entre os autarcas (de Município e Freguesia) e os cidadãos.
E uma das “virtudes” da cidadania ativa, que nada tem a ver com a atitude (mais ou menos oportunista) de quem julga adquirir importância sociopolítica só quando se aproximam as eleições locais, é o escrutínio dos jornais independentes que, com reconhecidas exigências deontológicas e em nome do bem comum, caracteriza o universo mediático do regime democrático em que – não obstante os nostálgicos do Estado Novo – nos interessa viver.
A informação de proximidade continua a ser um bem público indispensável na valorização das comunidades
Termino a desejar as maiores venturas para o “Correio De Caria”, que continue a dar “Voz” ao Concelho de Belmonte e toda a área envolvente e, seja como tem sido, uma FORÇA DO INTERIOR.