Peraboa retoma Bodo do Espirito Santo, quatrocentos anos depois – 2 e 3 de Agosto

A Associação Cultural e Recreativa de Peraboa e a Paróquia de Peraboa irão celebrar no próximo dia 2 e 3 de agosto a Festa do Divino Espírito Santo de Peraboa. É um festa antiga, e que no passado marcava o calendário dos nossos emigrantes. Os festejos foram recuperados pela associação que tem como objetivo valorizar todas as tradições ligadas ao culto do Espírito Santo: “ A construção da Capela talvez seja dos finais do Séc. XVI ou XVII(?), tendo sido aproveitado um afloramento em granito, e à sua frente existia um eira. Não poderei deixar de falar da localização da Capela, que fica junto à principal via romana, a principal porta de entrada da freguesia no passado. Ela, a Capela, “olha” para o caminho romano, anunciando e protegendo quem passa, quem sai e quem entra, o Caminho do Espírito Santo. Outros símbolos, como a questão da eira, onde os homens “malhavam” os cereais, isto é o centeio e o trigo, que são a base alimentar do nosso povo, o pão. Esse pão, a farinha vai fazer parte do Bodo do Espirito Santo, que vai ser devolvido à comunidade, quatrocentos anos depois. A Rainha Santa institui um dia festivo para “matar a fome aos mais carenciados.” Este ano vamos reproduzir o Bodo, com a oferta de filhoses e arroz-doce. As cestas irão na procissão e serão benzidas para que o pão nunca falte nas nossas casas, esse alimento espiritual. A grande novidade será o cortejo com os alimentos,” explicou-nos Pedro Silveira.
“Estamos muito Gratos à estudiosa Maria Adelaide Salvado que nos ajudou a gostar mais do culto. Além do aspeto pagão da festa, a parte religiosa será um ponto alto, com a realização da procissão e distribuição do bodo.”
A Associação Cultural e Recreativa de Peraboa, disse ainda: “Vamos fazer perto de 50 litros de leite em arroz-doce e alguns quilos de farinha transformados em filhoses. Estamos felizes com a receção do povo. Vamos ter uma palestra sobre o Culto do Espírito Santo do concelho da Covilhã, no sábado à tarde, com Carlos Madaleno, que nos ajudar a interpretar melhor o culto. Temos uma equipa muito motivada, e esta edição vai ter serviço de restauração. Queremos, aqui, agradecer aos peraboenses, Junta de Freguesia e tantos anónimos, que se juntaram para manter as nossas raízes vivas.

Pedro Silveira

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