Julho e agosto são marcados pelo retorno dos que de fora do País encontraram trabalho, voltam-se a reunir as comunidades das nossas vilas e aldeias nas festas dos Santos padroeiros mantendo os encontros pela fé e pelas tradições.
A religiosidade popular é um fenómeno emergente na cultura religiosa dos povos e, desde sempre, o povo foi criando formas de se relacionar com a divindade e, reveste-se das mais variadas formas, desde as procissões, as festas, as peregrinações, as promessas, e pelo privilégio de carregar o andor do santo
A festa cumpre-se sempre em honra de um santo patrono, em que os rituais religiosos como a missa, o pagamento de promessa ou a procissão parecem coabitar de forma pacifica com o lado grandemente profano e folgazão dos comes e bebes, das feiras e diversões e, claro, do arraial, com o bailarico e o fogo de artificio.
É na festa a que dão largas à alegria, á emoção, à devoção em que muitos vêm pedir saúde ao Santo devoto.
A promessa é um ato ou um conjunto de atos que são realizados pelas pessoas que, na maior parte das vezes, se encontra numa situação limite e procura fora de si uma resposta para os seus problemas e anseios.
No culto pagão ou politeísta ( que admitia a pluralidade dos deuses) e mesmo nas religiões monoteístas ( que só admitiam a existência de um deus único) praticavam-se três atos fundamentais: a oração, o sacrifício e a oferenda, que consistiam, por sua vez , em três propósitos: o propiciatório( na intenção de aplacar a fúria dos deuses), o expiatório, ( referente a qualquer mau procedimento) e o gratulatório ( como gratidão pela graça concedida)
No contexto da religiosidade popular, as promessas revestem-se de uma grande atualidade, destinam-se a satisfazer as necessidades fundamentais ou primárias de saúde, de proteção contra as calamidades e tudo o que se relaciona com a vida e a fertilidade das pessoas, dos animais e dos campos. As pessoas procuram o benefício e a resposta para as necessidades mais prioritárias. Uma das formas que o devoto tem para pedir ou para agradecer uma graça ou uma cura é através das promessas.
As promessas correspondem ao propósito gratulatório referente à ação de graças obtidas, representando uma das vertentes mais significativas das festas e romarias.
De um modo geral, busca a proteção da divindade e a satisfação de uma necessidade física ou material. A intercessão dos santos como resposta ao pedido do crente e, por fim, a graça/dom que se “paga”, constituirá o agradecimento da pessoa ao Santo pelo dom recebido. De um modo geral, as pessoas não recorrem à mediação de Deus, mas antes a outros mediadores, a Nossa Senhora e aos Santos.
Ontem como hoje, fazem-se promessas, pedem-se milagres!
Boas férias e grandes festas religiosas e populares na nossa região.