Abril e o seu legado

Luís Filipe Santos
Presidente da Distrital PSD Castelo Branco

No passado dia 25 de abril, comemorámos o 48º aniversário da “Revolução dos Cravos”, porventura o acontecimento mais marcante do século XX português que construiu uma geração filha da liberdade de expressão.
Um acontecimento que potenciou a economia de mercado em Portugal, um regime liberal democrático e nos possibilitou a oportunidade de convergir em termos de desenvolvimento com a Europa civilizada. As reformas introduzidas depois da nossa adesão à Comunidade Económica Europeia são motivo de orgulho para o nosso povo e para os seus dirigentes.
Os avanços civilizacionais conseguidos colocaram-nos na primeira liga da competitividade internacional, com um sistema de saúde solidário, uma taxa de mortalidade infantil das melhores do mundo, uma democracia plena, uma reforma da administração local e uma rede viária, diminuidora de distâncias.
Infelizmente, hoje esses grandes avanços do passado deixaram de existir. O Portugal das Reformas do Século XX deixou-se ultrapassar por uma nova realidade competitiva derivada da entrada de novos países do Leste Europeu que deixaram bem visíveis as nossas insuficiências competitivas, sobretudo a nível da economia, bem como da necessária discussão acerca da Reforma do Estado.
Uma discussão urgente quanto necessária para colocar Portugal, novamente, no carril do desenvolvimento. Sem a lógica instituída de que esta reforma apenas serve para despedir funcionários públicos, mas da urgente necessidade de definição de prioridades.
Bem como uma indispensável reforma do Sistema Politico, que possa responder às necessidades dos cidadãos e dos territórios. Adequada à realidade de uma região que sofre com o inverno demográfico.
É nesta realidade diária que os Partidos Políticos, surgidos depois do 25 de abril trabalham, tentando encontrar soluções para melhorar a qualidade de vida de cada um de nós. Tentando, também eles, renovar-se, adequar-se a uma Sociedade que muda mais depressa, ávida de conhecimento e de informação.
Os partidos políticos são feitos de pessoas e são aquilo que as pessoas quiseram que eles sejam. Se apenas entenderem que, em vez de participar, apenas devem criticar na ampla bancada de comentadores de café, é normal, um certo esvaziamento de capacidade critica e crescimento de um populismo exacerbado.
Por isso, os partidos políticos devem procurar enquadrar os melhores de cada localidade, não podendo apenas servir de barriga de aluguer para interesses momentâneos de um conjunto de pessoas, em momentos eleitorais. Os projetos políticos devem compreender horizontes temporais bem definidos, servindo sempre os cidadãos. Esse é o principal legado da Revolução e de um Homem, esquecido, mas que deve ser sempre relembrado pela sua Humildade, sapiência e capacidade de Saber Servir o Povo Português, Salgueiro Maia.
Não esqueçamos a lição dada. Cumpriu a sua missão e não procurou honrarias, mas soube sempre honrar o seu juramento.
Obrigado.

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