O natal aproxima-se. Monta-se o presépio, enfeita-se a árvore de Natal e outras árvores com luzinhas cintilantes de várias cores, ouvem-se os sinos e músicas que despertam fascinação e fantasias.
É uma data que suscita, em todos nós, sentimentos profundos aflorados por magia contagiante e encantamento.
É um estado de alma repleto de emoções mais intensas, recheado de sonhos bons postos no futuro porque será sempre Natal, mas também memórias a revisitar o passado, pensamentos a voar para longe, até ao longe onde acontecem histórias de Natal. No Natal quem manda é o coração, sobretudo o coração de uma criança.
A magia natalina tem um propósito belíssimo de aproximar as pessoas daquilo que a vida tem de melhor para ser sonhado, usufruído e partilhado.
Época festiva e de comemoração dos afectos para uns, mas de isolamento e maior solidão para outros. Mesmo para as pessoas que expressam o seu desinteresse por esta época, é difícil ignorarem estes dias.
As montras transformam-se em cenários extraordinários e decorações natalícias apelando ao consumo, fazendo com que o espirito de natal enraizado na simplicidade e humildade simbolizada no nascimento do deus menino num modesto estábulo, seja desvalorizado e deturpado.
Este ano, particularmente devido à pandemia que assola o mundo, o Natal será, seguramente, vivido de forma diferente por todos, acentuando-se, provavelmente, estas dicotomias. Se para uns será uma época de esperança, de ainda mais união e de solidariedade para outros será vivida com amargura, tristeza e preocupação. As dificuldades económicas, a incerteza vivida, a ausência da família, o receio da doença ou mesmo a falta de saúde, o cansaço e o desgaste psicológico que as restrições desta crise pandémica têm provocado nas pessoas, poderão ensombrar este Natal.
Mas o Natal vai acontecer, com mais saudades e menos abraços, porventura com menos gargalhadas e com mais abraços à distância.
Sendo a época de reunião da família por excelência, torna-se uma data muito dolorosa quando começam a faltar as pessoas que amamos, à mesa da consoada.
Muito mudou nas nossas vidas com esta pandemia. Uma das maiores dádivas será, sem dúvida, estarmos saudáveis e fazermos deste Natal um ponto de viragem e a luz ao fundo do túnel para um novo ano que se avizinha e que se deseja mais feliz, livre de pandemia, um ano de reunião, de aproximação depois de largos meses de afastamento.
Celebrar o Natal em família depende de nós e de todos. Devemos definir tolerância zero para comportamentos de risco, aceitar e cumprir medidas efectivas de segurança, de prevenção do contágio e controlo das cadeias de transmissão. Uso de máscara, afastamento social e regras de higiene devem fazer parte do dia a dia.
Só assim haverá Natal!