Parece que ciclicamente as tragédias têm que se repetir na humanidade, epidemia, guerra, pobreza e fome…
Esta pandemia de 2020 veio pôr-nos à prova em vários aspetos e a humanidade soube responder-lhe de forma muito mais eficaz em relação a pandemias anteriores onde foi devastada uma grande parte da humanidade.
A Guerra da Ucrânia também não é um fenómeno novo, não é a primeira vez que um País invade outro e que o seu efeito devastador em dominó, causa réplicas em todo o continente e no Mundo. Mas porventura é a primeira vez que se assiste a uma onda de solidariedade desta dimensão: Recolhas de alimentos, de bens de consumo e de agasalhos, comboios humanitários, corredores de refugiados, organizações de imensos voluntários no terreno, centros de acolhimento para os refugiados e imigrantes…
As moedas têm duas faces, e parece que o outro lado da face negra desta vergonhosa guerra é a face límpida da humanidade na mobilização solidária, em socorro das vítimas da guerra.
Parece-nos que apesar de as lideranças humanas continuarem no raciocínio pré-histórico de disputar territórios, a humanidade de um modo geral é capaz de se mobilizar por causas mais nobres. Assim nos parece, mas precisamos de nos questionar se estas ondas de solidariedade não trazem consigo ainda algum pré-conceito racista: Afinal tem havido muita gente a precisar de socorro nos últimos anos, mas… não eram branquinhos, de cabelo loiro e olhos claros… Outras nações foram invadidas grupos étnicos subjugados e dizimados… Nos últimos anos muitos morreram no mediterrâneo fugidos de idênticas guerras sangrentas e genocídios, mas a Europa não reagiu assim…
Outro aspeto não menos preocupante é a avidez com que “os senhores da guerra, peritos de estratégia militar, mercenários da destruição e empresários da indústria do armamento”, vêm esfregando as mãos, reclamando verbas para a defesa e que os Estados se armem até aos dentes… Nem que para isso se retire meios ao progresso humano, na ciência na saúde na educação e na cultura.
Regressaremos às cortinas de ferro?, aos muros da vergonha?, ao feudalismo dos aliados militares?, à pré-história na defesa de territórios?
A Páscoa que se aproxima que traga neste tempo confuso, a lucidez da mensagem de Jesus Cristo, na redenção dos homens, para o progresso da humanidade…!