No passado dia 6 de janeiro tive o privilégio, mas muito gratificante, de moderar o III Painel Património e Turismo: como converter as “Heranças do Saber e as Marcas da História” em produtos atrativos e identitários da nossa região”, nas Jornadas sobre Patrimónios, organizadas pelo Correio de Caria. Confesso que foi muito enriquecedor, para além da oportunidade de perceber o que se faz nesta região.
Ouvir um exemplo de um jovem, que tenta promover a sua região com diversas atividades, é caso para ficar orgulhosa com o potencial da geração mais jovem, principalmente um jovem que luta “pelo” e “para” o Interior. Pelo que, também, é importante pensar nesta geração, para conseguir “reter” os nossos jovens em Portugal e, principalmente, para o Interior. Numa análise sobre semelhanças e diferenças entre a AD e o PS (Fonte: Wilson Ledo, CNN) sobre Impostos para Famílias, em concreto IRS Jovem, ambos pretendem reduzir este imposto, o PS “promete alargá-lo a todos, independentemente da escolaridade” e a AD prevê “uma taxa máxima de 15% até aos 35 anos, com uma exceção no último escalão.”. O importante será que faça alguma coisa!
Foi fácil perceber qual o papel que o Património poderá desempenhar no desenvolvimento local e, mais uma vez, a participação ativa dos cidadãos pode ter um papel fundamental “pela” e “para” a região, para além do papel do poder local e do poder central. No portal VisitPortugal (Turismo de Portugal, I.P.) refere que no nosso país “a cultura e o património têm caraterísticas únicas que resultam dos acontecimentos históricos e da maneira de ser de um povo que foi aprendendo com o resto do mundo e adaptando essas novidades à sua forma de estar e ao território” e, garantidamente, a nossa região é “rica” em Património e Cultura, mas levanta-se a questão: o que ainda falta fazer para que se consiga por esta região no mapa!
Na análise referida anteriormente e sobre o tema Cultura, quer a AD como o PS pretendem aumentar as verbas para este setor e, também, “uma maior presença das artes no sistema de ensino”. Recordo-me do exemplo do concelho do Fundão, certamente um bom exemplo, a partilha das tradições e saberes pelos mais idosos, uma geração com conhecimentos únicos da região. Ainda sobre este setor, quanto às principais diferenças, o “PS inclui apoios a pequenas livrarias e editoras independentes, com a compra de livros para bibliotecas públicas. Prevê ainda um cheque-jornal para os jovens que façam 18 anos”. No caso da AD propõe “digitalizar” o património cultural e reabilitar “edifícios com maior valor cultural”. Em concreto, esta medida poderia trazer o património para a linguagem dos jovens, isto é, através dos meios digitais, para além da preservação dos edifícios de modo que futuras gerações os possam conhecer.
É importante definir um rumo para o Património e Cultura, traçar um conjunto de medidas, com a colaboração de todos, comunidade local e poder político (quer local quer nacional), para que se possa remar no mesmo sentido, porque quando não há rumo todos os ventos são bons, mas nem sempre nos levam ao melhor caminho!