Uma Pessoa de Bom Coração

O coração é o centro das nossas vidas. A Fundação Portuguesa de Cardiologia institucionalizou o mês de maio como o “Mês do Coração”, a pensar na sensibilização dos cidadãos para a problemática das doenças cardiovasculares e para a necessidade de prevenir o seu aparecimento através de hábitos saudáveis.
Para evitar as doenças cardiovasculares é necessário ter em conta o risco cardiovascular. Este é um conceito que nos dá uma probabilidade de vir a sofrer de uma doença cardiovascular no futuro, tendo em conta diversos factores.
O risco cardiovascular é seguramente uma probabilidade que depende da associação de factores de risco ponderados à sua importância enquanto causadores ou facilitadores do aparecimento ou desenvolvimento de doença.
Este risco é uma estimativa que nos diz qual a probabilidade de morte por um evento cardiovascular, como seja o enfarte agudo do miocárdio ou o acidente vascular cerebral. As doenças cardiovasculares são a principal causa de morte nos países ocidentais. Em Portugal, são responsáveis por um terço das mortes que ocorrem todos os anos.
A chave para prevenir as doenças do coração está em evitar, reduzir e controlar os factores de risco associados. Controlar para melhor prevenir.
Os factores de risco podem ser modificáveis ou não modificáveis. Os não modificáveis são aqueles que não podemos mudar e com os quais temos de viver: o simples facto de aumentar a idade faz aumentar também o risco, e nos homens mais do que nas mulheres, pelo menos até à menopausa. Já um factor de risco modificável é aquele sobre o qual podemos actuar no dia-a-dia, prevenindo ou tratando.
Uma particularidade dos factores de risco é que eles se potenciam, ou seja, quanto mais factores estiverem presentes, maior é risco.
São os factores de risco modificáveis que podemos (e devemos!) ter em conta para reduzir o nosso risco cardiovascular. São eles: tabagismo, hipertensão, dislipidémia, diabetes, sedentarismo, obesidade e stress.
As estratégias de prevenção assumem um papel muito importante, tais como manter um nível de atividade física adequado, fazer uma alimentação mais cuidada, variada e equilibrada, com redução do sal e gorduras saturadas, não fumar, prevenir ou controlar a diabetes e a hipertensão e incentivar a população a adotar estilos de vida saudáveis. Pequenas mudanças podem fazer a diferença. As pessoas com diabetes ou doença renal apresentam à partida um risco muito elevado e beneficiarão de cuidados de saúde mais intensivos.
Há outros factores de risco que, só por si ou associados aos anteriores, potenciam o risco de vir a sofrer de doença cardiovascular, como por exemplo pessoas socialmente desfavorecidas, pessoas com doença renal ligeira e pessoas com colesterol HDL (bom colesterol) menor que 40mg/dL nos homens e menor que 45mg/dL nas mulheres.
O colesterol LDL (mau colesterol) pode prender-se nas paredes das artérias formando placas de gordura. Com o passar do tempo, é possível que elas dificultem ou impeçam a passagem do sangue provocando angina (dor no peito) ou até mesmo um enfarte (ataque cardíaco). Quanto mais elevado o nível de LDL, maior é o risco de desenvolver uma doença cardíaca.
Conhecer o risco cardiovascular ajuda a definir as prioridades e os níveis de actuação necessários.
Em conclusão as doenças cardiovasculares são a principal causa de morte e incapacidade nos países ocidentais. Controlar o risco cardiovascular é melhorar a saúde das pessoas e depende de cada um nas decisões que toma no seu dia-a-dia. A preocupação de cada um deve ser viver muito, mas bem, com qualidade de vida.

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